sábado, 11 de dezembro de 2010

Curitiba - Parte I

Parque Barigui


Há anos tenho a fixa idéia de conhecer essa cidade. Explorar. Sempre pesquisando a cultura, os lugares, hábitos. Cheguei há 3 dias, agora como moradora, mas juntando com as outras visitas, pude tirar algumas conclusões – minhas primeiras impressões.

O que tem me chamado a atenção, entre outras coisas, é o nível cultural daqui, das pessoas daqui. Não quero comparar Curitiba com outros lugares, cada um tem seu destaque, seu charme, suas características – mas é inevitável. Por exemplo, freqüentando barzinhos na noite na Bahia ou no Rio de Janeiro é comum encontrar vendedores ambulantes de CD’s piratas (principalmente na Bahia). Aqui ainda não vi – o que não quer dizer que não tenha -, mas certamente numa proporção bem menor. O que eu vi várias e várias vezes foi vendedores de LIVROS. Alguns publicados pelos próprios. Outros, de clássicos como Shakespeare. Isso sem mencionar eventos como a Virada Cultural, que ocorreu um pouco antes da minha chegada, infelizmente. Muitos shows de personalidades da MPB como, por exemplo, Erasmo Carlos - todos gratuitos. No Largo da Ordem, um barzinho oferece todas as quintas show com bandas que homenageiam Led Zeppelin. Amanhã, também no largo, acontecerá um show de artistas locais representando todos os maiores cantores de Rock e MPB que já passaram por Curitiba. E a tradicional apresentação natalina do HSBC no Palácio Avenida? Sem comentários. A Ana, que mora comigo, concordou com essa minha observação, mas acrescentou que tenho visto essa enxurrada cultural principalmente por estar limitada à região central da cidade, onde tudo acontece. Ainda não deu pra saber.

Outra observação: a forma como eles defendem e procuram preservar a cultura sulista (não necessariamente só do Estado do Paraná) é nítida. Conversando com um mestrando em Geografia da UFPR num papo que, literalmente, varou a noite na escadaria da mesma faculdade, acompanhados de um cooler de cerveja e gelo (risos), entendi o por que. Segundo ele, isso é conseqüência da explosão da cultura RJ – SP na mídia. É como se o Brasil girasse todo em torno desses dois Estados. Ele vê sua cultura sendo pouco difundida e ofuscada. Outro dia ele estava assistindo ao JN e 90% das notícias eram referentes ao Rio – algumas realmente de proporção nacional, mas outras, completamente insignificantes. O que ele fez? Desligou a TV. Fora as séries da TV brasileira e novelas, sempre se concentrando nesses dois grandes centros. Eles, os sulistas, estão certos.

Pra finalizar, é encantador ver como o meio ambiente e um grande centro podem estar conectados com tanta sintonia e harmonia. Mas essas são só minhas primeiras impressões. Ainda tenho muito o que ver, conhecer e entender. Mas é aquela velha história: a primeira é a que fica. Espero, sinceramente, que sim.

Na próxima falo sobre a fama de 'frieza, indiferença' dos Curitibanos. Ainda não cheguei à uma conclusão muito certa sobre isso. Talvez eu tenha tido sorte com as pessoas que conheci e tenho conhecido. Só de uma coisa estou certa: não contem com eles pra pedir informações. Compre um mapa, arrisque, se perca e torça pra ter sorte.